terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Uma noite histórica

O título acima resume bem o que foi a última edição do Duelo. Uma noite dedicada aos DJs e à arte de manusear os toca-discos, as próprias bolachas, mixers e similares. A noite de 29 de janeiro vai, sim, entrar para a história, sobretudo a história do Duelo de MCs e da cultura hip hop de Belo Horizonte.
Foi simplesmente mágico, pode-se dizer sem nenhum receio. Onze DJs, seis toca-discos e uma seleção musical de primeiríssima qualidade. Tudo isso num clima de celebração, o que tornou a festa ainda mais bonita. 
De figuras da velha guarda a DJs da novíssima geração, quem esteve debaixo do Viaduto Santa Tereza na ocasião teve a oportunidade de conferir boa parte da história da cultura dos DJs de Belo Horizonte. Uma mescla de técnicas, estilos e conhecimento pra ninguém botar defeito. Entre discotecagens e performances (no melhor estilo turntablism), o que se viu e ouviu ali foi simplesmente emocionante. 
Fausto, Alex C e Kowalsky dividiram a responsabilidade de fazer todo mundo dançar. No início o público se mostrou um pouco acanhado, mas entre uma apresentação e outra as pessoas foram se soltando e logo caíram no balanço. 
Entre os DJs convidados para mostrar seu desempenho performático, Tocão foi quem abriu a noite, seguido do DJ Pooh, que não tocou mais que cinco minutos, mas deixou a todos estarrecidos e boquiabertos, tamanha sua habilidade e intimidade com os discos de acetato.
Representando a nova escola, 100-SE e Costela também deixaram o palco sobre os aplausos do público, assim como ocorreu durante a apresentação do DJ Joseph. Contemporâneo da primeira geração de Disque-Jockeys de BH – tido como o primeiro DJ a fazer scratches na cidade –, Joseph reproduziu um set tocado por Grand Master Flash (um dos pais da cultura hip hop) em 1983. 
Outro destaque da festa foi Nedu Lopes. Mostrando um nível altíssimo atrás dos toca-discos, ele proporcionou momentos emocionantes aos presentes no Viaduto. Emoção também não faltou durante a apresentação de Jony Penera. Outro nome da velha escola de DJs da cidade, Jony não assumia as pick-ups desde 1991. Lisonjeado por ter recebido o convite para se apresentar no Duelo de MCs, ele se despediu em lágrimas.
Roger Dee (residente no Duelo) foi quem encerrou as performances da noite. Pra ficar apenas em alguns detalhes, vale dizer que, durante breves 10 minutos, o cara mostrou e demonstrou uma diversidade enorme de técnicas de scratches, situação que fez o público o aplaudir de pé durante alguns segundos.
Fechando a tampa, quando já passava da meia noite, o DJ Kowalsky, acompanhado de Roger Dee e Joseph, botou o povo pra dançar ao som de um medley de batidas brasileiras que marcaram época nas décadas de 1980 e 90. Aqui cabe também ressaltar a participação do grafiteiro Boneco, que assinou a pintura das pilastras doViaduto durante o encontro.
Enfim. Provavelmente, quem se propor a ler este post não sentirá a mesma emoção de quem esteve ali, diante do palco, durante a última sexta-feira. Mas que fique registrado: A noite de 29 de janeiro de 2010 foi, de fato, uma noite especial para o hip hop e para a cultura de Belo Horizonte e Minas Gerais.
Em breve fotos e vídeos.
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Um comentário:

Gustavo Ruas Naves disse...

Só de ler este post deu para entender e sentir como foi a noite de 29 de janeiro de 2010.
Mais que especial.

Me arrepio só de saber que esta cultura tão rica está de pé em BH de forma tão bonita!
Pronto falei.

Abraços
DJ Ruas